terça-feira, 3 de maio de 2011

Paradoxos ( Amarílis )



Há tanto tempo, meus olhos oscilam
Meu coração estarrece e derrete;
Não muito tempo, minha mente dissolve
E tão perto da morte,
Eu devaneio e me perco.
                                                 
  Porque ainda te amo?
Porque meu corpo ainda te chama, em chamas?
Calada, me dominas...
Exalta-se meus pulsos, pulsos teus, minha menina!
És digna, então, do meu amor?
Oh! Amarílis!
                 
                                             És tão linda e displicente quando me beijas
Arruína-me e consome com tal voracidade...
Minha efígie, pitoresca!
Exortam-me, e não dou ouvidos;
Quando estou contigo, é apenas contigo que estou...

Teu coração devasso me alimenta a alma
Faz-me feliz, e felicidade em mim sinto que ainda falta.
Entristece-me tua infidelidade
Torna-se, então, o maior motivo da minha infelicidade
E ainda sim, é a única que me acalma.

Machucas-me, tão de repente
Meus órgãos desvanecem meus sentidos.
Sei dos teus relápsos, encantos...
E na coita me matando,
Ainda sinto que te amo.

( Jade d’Almeida )